segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Janelas


Por: Aline Oliveira

E a gente só se da conta que algo faz falta quando não tem mais. Assim acontece com as janelas. Falo sério, sério mesmo. A começar pelos ambientes fechados, sem interação com o ambiente externo, sem luz natural, sem ar. Além de tudo, ainda existem os amantes de ar-condicionado (aparelhinho que me irrita, mas sou minoria, então ok).

Voltando às janelas, pois bem. Percebi que gosto delas (não era para rimar...) e aí mais coisas fizeram sentido. Quando estou no ônibus e tenho a opção de escolher onde sentar, escolho claro, “sentar na janelinha”. Ponho o fone de ouvido e olho para fora, esqueço o que acontece ali dentro – a viagem fica até mais agradável assim.

Deixando de lado o sentido denotativo da palavra, esses recortes nas paredes, de vidro liso ou canelado, espelhadas ou transparentes, fazem muita diferença se pensarmos de forma mais subjetiva. Janelas me permitem olhar para fora e, quando não quero, ficar apenas com o que preciso olhar na parte de dentro. Interior e exterior. Os dois lados da vida de cada um de nós.

Claro que, se vem à sua mente aquela vizinha que não sai da janela e cuida demais da vida alheia, você vai achar que falo bobagens. Mas concorda que seria estranho alguém que vivesse sempre com a janela fechada e não desse as caras na rua?

No meio disso, fica aquilo que deve ficar mesmo no meio: o equilíbrio. Olhar sempre para fora faz-nos distantes de nós mesmos, de quem temos sido e do que podemos ser.

Saber o que devemos mudar impele ter autoconhecimento e se não olhamos para dentro do que somos, fica meio difícil achar respostas às próprias perguntas, dúvidas do eu sobre o eu. Olhar sempre para dentro também não dá muito certo, afinal vivemos em sociedade e a convivência com outro também faz parte da descoberta de si mesmo.

Por isso que janelas abrem e fecham. Por isso as quero. Por isso existem. Se quem olha para fora, sonha e quem olha para dentro, acorda, que nesse movimento de sonhar e às vezes acordar sabendo que a realidade é outra, a gente possa deixar a luz entrar na medida certa. Viva às janelas! 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Alegria de criança

Por: Amábile Oliveira


Hoje, quando voltava pra casa reparei em uma mãe com seu filho, de aparentemente 3 anos de idade, no metrô, sentido Palmeiras Barra Funda. A criança estava impressionada com tudo aquilo, era uma experiência nova pra ela, que dizia: "...nossa, a gente ta andando em cima das pedras" e ao passar pelo túnel, prosseguia: "parece que passamos pela parede!" 

Por fim, ao chegarmos ao nosso destino, o garoto disse: "Ah mãe, ja acabou? Queria ficar mais, foi a primeira vez que vim no metrô!"


Essa alegria do garotinho em algo que pra nós é muitas vezes uma atividade no mínimo estressante me fez pensar em quanto a vida "adulta" tira da gente o entusiasmo e a sensibilidade de perceber as coisas de uma forma sutil.


Que de vez em quando, possamos resgatar essa alegria simples de criança.
Essa alegria do garotinho em algo que pra nós é muitas vezes uma atividade no mínimo estressante me fez pensar em quanto a vida "adulta" tira da gente o entusiasmo e a sensibilidade de perceber as coisas de uma forma sutil.Que de vez em quando, possamos resgatar essa alegria simples de criança.


(Escrito em 12/02/2014)