segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sobre escolhas e o tempo


Parando pra pensar nas escolhas, vi o quanto é contraditório o ato de escolher. Alguns escolhem entre as muitas possibilidades que a vida lhes oferece - e ainda reclamam não ter tudo. Outros, em maior número, escolhem entre “essa OU aquela” – não dá pra ficar com as duas coisas e é assim que é.

Pensei também no tempo, este senhor de todo dia. Pensei no envelhecimento, nas pessoas mais velhas, na velhice que espero alcançar. Passa tão rápido ao refletirmos sobre o que já conquistamos e, ao mesmo tempo, tão devagar quando há pressa em alcançar sonhos e mais sonhos.

Hoje deixei a pressa de lado e parei numa estação do metrô em que um (lindo) coral de senhoras se apresentava. Fiquei ouvindo uns dez minutos, o suficiente para escutar três canções. (Quando Eu Quero Falar Com Deus - Roberto Carlos; Oração de Um JovemTriste - Antônio Marcos e Tocando em frente – Almir Sater).

Reparei nos gestos daquelas senhoras. Também nos olhares e nas vozes, carregadas de emoção ao cantar. Mesmo sem conhecê-las, senti uma felicidade pulsar e falar mais alto por conta da escolha que elas fizeram de estar ali, fazendo algo bonito diante da vida (a vida de cada uma delas e a de quem por ali passava).

Podiam estar em casa, depressivas pela solidão que chegou com a idade. Podiam reclamar de tudo quanto for possível ou sei lá, podiam ser infelizes de alguma outra forma qualquer... Hipóteses e mais hipóteses.  Achei que fizeram uma ótima escolha por qualquer que tenha sido a motivação de cada uma delas.

Nos tempos de hoje, a velhice às vezes é encarada como incapacidade ou uma certa invalidez, como se viver fosse apenas esperar pela morte. E não é. Se houver escolha, quero envelhecer vivendo. Acho que de toda essa história, foi essa a certeza que eu vi confirmada.


“... Cada um de nós compõe a sua história, 
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz!”

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