Pensei também no tempo, este senhor
de todo dia. Pensei no envelhecimento, nas pessoas mais velhas, na velhice que
espero alcançar. Passa tão rápido ao refletirmos sobre o que já conquistamos e,
ao mesmo tempo, tão devagar quando há pressa em alcançar sonhos e mais sonhos.
Hoje deixei a pressa de lado
e parei numa estação do metrô em que um (lindo) coral de senhoras se
apresentava. Fiquei ouvindo uns dez minutos, o suficiente para escutar três
canções. (Quando Eu Quero Falar Com Deus - Roberto Carlos; Oração de Um JovemTriste - Antônio Marcos e Tocando em frente – Almir Sater).
Reparei nos gestos daquelas
senhoras. Também nos olhares e nas vozes, carregadas de emoção ao cantar. Mesmo
sem conhecê-las, senti uma felicidade pulsar e falar mais alto por conta da
escolha que elas fizeram de estar ali, fazendo algo bonito diante da vida (a vida
de cada uma delas e a de quem por ali passava).
Podiam estar em casa,
depressivas pela solidão que chegou com a idade. Podiam reclamar de tudo quanto
for possível ou sei lá, podiam ser infelizes de alguma outra forma qualquer... Hipóteses
e mais hipóteses. Achei que fizeram uma
ótima escolha por qualquer que tenha sido a motivação de cada uma delas.
Nos tempos de hoje, a velhice
às vezes é encarada como incapacidade ou uma certa invalidez, como se viver
fosse apenas esperar pela morte. E não é. Se houver escolha, quero envelhecer
vivendo. Acho que de toda essa história, foi essa a certeza que eu vi
confirmada.
“... Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si
carrega o dom de ser capaz, de ser feliz!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário