Viver o jornalismo é um amontoado de ideias que lhe passam
pela cabeça e que precisam ser registradas pela escrita para não se perderem no
tempo. É pensar em inúmeras outras coisas e não conseguir se concentrar em
apenas uma delas. Fingir que não existem problemas e que se está sempre pronto
para a próxima, afinal, tevê, rádio, livro, foto, revista, jornal... Páginas e
mais páginas que em branco não saem, de uma forma ou de outra virarão notícia.
Ouvir os fatos do dia no rádio enquanto lê o livro que
fala sobre tevê e tenta, ao mesmo tempo, pensar no que escrever para o online. Equilibrar-se
e manter o ritmo seja manhã, tarde ou noite (madrugada eu diria) e não deixar a
peteca cair (para ser mais clara, não deixar sua pauta cair, por que senão, ai
ai ai...)
Viver imerso nesse mundo é sorrir e chorar em um curto
intervalo de tempo. Sentir-se sozinho na multidão e, de repente, receber aquela
mensagem de alguém que do outro lado torce pelo seu sucesso e te faz ganhar o
dia com um gesto simples.
É querer voltar atrás, desistir de tudo. Tremer na base ao
colocar o microfone, ver as luzes se acenderem e escutar GRAVANDO! E logo em
seguida, ver que tudo aquilo é mais que fascinante e você não fez a escolha
errada.
É não deixar que o desgaste físico e psicológico de uma
rotina mais que atarefada lhe roubem a capacidade de enxergar a vida com outros
olhos. Indo mais longe, ser capaz de transmitir isso em palavras.
Torcer para que o leitor ao final da página se emocione
com sua narrativa. Fazer-se presente na vida do outro, ganhar sua confiança e
admiração. Em uma frase perceber que, para outro alguém, tudo aquilo faz
sentido. E mesmo que essa resposta não chegue (seu texto nem seja notado), poder
acreditar em si mesmo e no trabalho que realiza. Para mim, ser jornalista é
criar novas realidades quando a vida te mostra apenas uma nem sempre tão boa.
Acredito nisso hoje, espero acreditar por infinitos amanhãs.
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