“O
tempo não para...”
Não
para mesmo. Penso então na importância do valor das pequenas coisas, muitas vezes
esquecido. Penso em cada sorriso interrompido, em cada palavra não escutada, em
cada olhar sem destino.
Tudo
passa. O que está em questão é o que se fez com o passado. Talvez perdido em algum
porão escuro para uns, para outros, que assim o preferem, está “morto e
enterrado”.
Se
a vida é feita por três tempos, eu os quero inteiramente. Quero olhar pra trás
sem mágoas, ou inconformidades. Ter na consciência que certas partes deste jogo
ficaram em outro tempo sobre o qual não mais atuo.
Outras
destas partes me acompanham. Faço questão de mantê-las vivas em mim. Seja no pedaço de
papel amassado, nas poucas fotos que tenho ou em objetos que adquiriram novos
significados.
Itens
que se convertem em aparatos à fragilidade da memória e ao saudosismo do
coração. “O que o coração ama fica eterno”. Pode ser que não me lembre com
exatidão de algumas coisas, aí busco apoio nessa pequena coleção que vou
ampliando.
É
sempre um revisitar. Cartas que leio, releio... Canções e imagens que me
reportam ao que não devo e nem quero esquecer. Até mesmo palavras, que, ditas
de outras maneiras se transformaram em registro.
É o
que quero do passado: a capacidade de manter vivo o que faz bem e que deve ser
eterno, e de deixar em seu devido lugar o que não deve ressurgir.
Tenho
planos para o futuro, também conto com o destino, o que mais quero é seguir.
Amábile Oliveira
Amábile Oliveira
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